Radamanthys e Aiacos vs Kardia e Manigold

forget it, it's too dangerous. i can't lose you too, okay?

It's worth the risk. I was being weak, love is weakness.

A guerra santa nem sequer havia começado e tão poucas estrelas malignas foram despertas neste pouco tempo. Eles, os Espectros, ainda não estavam em condições de fazer um planejamento de ataque em larga escala devido os poucos números, porém, com estes atuais números que possuíam era, portanto, obrigação de um juiz tomar a linha de frente nas batalhas que seguiriam até todo o exército estar completo.  

Seja para toda a questão, nesta ocasião Radamanthys encontrava-se sentado em uma cadeira rústica do Castelo Heinstein. E de acordo com os boatos tratava-se do antigo lar de infância da senhorita Pandora e do Imperador Hades, ela inclusive se consolidou como a figura principal nesta ausência da divindade. Claro, como sempre de costume mostrava-se um tanto desgostoso por receber ordens diretas para ficar parado enquanto os vermes de Athena aumentavam seus números. Para compensar o tédio servia-se de uma bela garrafa de cerveja de sua terra natal ao mesmo tempo em que sua mente parecia perdida no tempo, em seus pensamentos, divagando sobre o destino desta nova guerra.    


Em seguida, mas sozinho, entraria no local uma figura depreciativa que saltaria com as pernas, como sapo, até próximo da presença de Wyvern. Evidentemente que Radamanthys não precisou olhar para adivinhar de quem pertencia o cheiro nojento. -Fale.- A figura era nada mais e nada menos que Zeros de Sapo, a Estrela Terrestre Estranha. (Ele faz juízo ao título que sua Sapuri carrega.) Pensou o Juiz, esperando que ele falasse.

-HI-HI-HI. Peço que me desculpe, Senhor Radamanthys. A Senhorita Pandora ordena que vá investigar os arredores do Santuário. Sua missão é...-  


Ele não precisou esperar o outro terminar para tomar uma atitude, assim levantou-se para sair do recinto e deixar aquela criatura desprezível sozinha com sua presença repugnante. E depois disso ele não falou absolutamente mais nada além do preciso.  -Diga a senhorita Pandora que trarei a cabeça de um dos cavaleiros como presente. Agora vá!- Não esperou o outro sair para tomar seu rumo para fora do Castelo ao cruzar um dos corredores e descer uma escadaria que conectava ao Hall, indo para fora da propriedade. Com as Asas de sua Sapuri ergueu voo aos céus em direção ao Santuário.



Tempos depois avistaria o seu destino ainda no horizonte. Era escuro e, portanto, tal ambientação favorecia sua infiltração até chegar mais próximo de uma colina que dava visão a entrada.  

-Parece que os boatos estavam certos... jamais vou conseguir cruzar essa barreira de proteção criada por Athena.- Embora que suas ordens provavelmente fossem apenas de observar ele não era o tipo de homem que escondia-se do inimigo. Foi então que deixou sua cosmo energia mais evidente em uma atitude agressiva quando avistou um conjunto de casas próximo ao Santuário.  


-Vamos ver se vocês são tudo isso que falam... Cavaleiros de Athena.- Falou com certo desdém.  

-DESTRUIÇÃO MÁXIMA!!! Após este grito, desferindo de suas mãos em posição de ataque, lançou um de seus golpes contra aquelas habitações na expectativa de cruzar com algum interventor.  

Nemo Ante Mortem Beatus:

Aiacos estava entediado.

As plumas de fumaça devoraram uma das peças de xadrez que irrompeu em chamas negras, o espectro diante dele rapidamente recuando diante da demonstração de poder do Kyoto, que apenas encarou de forma apática, seus olhos ocultos por sua franja e pela viseira de seu capacete.

"Mas que tolice... Quem é o tolo que acredita que os dois lados possuem igual poder numa guerra? Guerra é guerra. O que impediria um dos lados de, numa possível batalha, trazer uma peça que se mova fora das regras normais e destrua o campo num movimento apenas?", ele raciocinava enquanto o espectro, uma Estrela Terrestre menor que Aiacos não se importava de lembrar qual era, mas que se propôs a entretê-lo, rapidamente deixava as premissas de Antenora.

Dos Juízes, Aiacos acreditava ser o mais racional. Minos era um grandioso sadista que tinha especial prazer em ver outros se debatendo, ao passo que Radamanthys era pouco mais que um grande bruto dos quais seu poder considerável era uma de suas poucas qualidades.

"Não é à toa que estamos em desvantagem... Fora o renascimento dos Espectros, temos poucos cérebros funcionais no inferno", O Juiz pensou, com certo desgosto. Ele era um dos poucos cérebros funcionais. De uma forma ou de outra, Pandora era outro, ainda que ela tivesse um certo gosto por punições físicas aplicadas aos Juízes. O excesso de zelo podia ser tão perigoso quanto a falta, e um dos motivos para Aiacos considerar-se o melhor dos Juízes era o fato dele ser o meio dourado...

Mesmo que uma pequena voz em sua cabeça falasse sobre o que deveria ser o seu único ponto fraco... A única gota de sentimento e emoção que ele conservava dentro de si. Ele conseguiu manter seu segredo, mas sabia que provavelmente estaria arruinado caso fosse descoberto. Radamanthys o acusaria de traição por Aiacos não ser insanamente devoto como ele, ao passo que Minos o provocaria até que uma reação forte o suficiente fosse formada e que, inevitavelmente, levaria a uma luta.

O que daria a Athena a chance de atacar e vencer a guerra praticamente sem esforço algum da parte dela.

Mesmo que todos os Juízes fossem Estrelas Celestes, o homem que existia por baixo da Sapuris de Garuda tinha a sua "asa", residindo no sanctum sanctorum nas profundezas de seu coração, numa parte que ele reservara e que nem mesmo Hades entrou.

Passos rápidos e metálicos foram ouvidos ecoando pelo chão de pedra. Todas as almas haviam sido julgadas por agora... Além do que, seus passos não tinham som, ou a cacofonia teria feito o Juiz enlouquecer há muito tempo. Não, isso era algo mais... Uma mensagem.

"Senhor Aiacos!" A voz esganiçada de um dos esqueletos disse, o soldado caindo em um joelho diante do juiz tão logo entrou no campo de visão de Aiacos, que o encarava de forma desinteressada.

"O... O senhor Radamanthys foi visto deixado o Castelo Heinstein!" O esqueleto disse, enquanto Aiacos escutava em silêncio, se perguntando o porquê da surpresa. Afinal, Radamanthys tinha um apreço peculiar pelo local, aparentemente preferindo ser a primeira linha de defesa do Inferno ao invés da última. Para Aiacos, era uma tolice revelar ao inimigo suas capacidades de luta desde o começo, mas, aos olhos dele, Radamanthys tinha suas virtudes... Entre as quais não se contavam inteligência e estratégia.

"Os boatos dizem que ele saiu em uma missão para atacar o Santuário!" O esqueleto disse numa voz esganiçada "Há quem diga que o senhor Zelos entregou a ordem para ele, vinda diretamente da senhorita Pandora!"

"Obrigado pelo recado." Aiacos disse, se aproximando do esqueleto e tocando a cabeça dele. Ele abriu a boca... Mas ao invés de palavras, a única coisa que saiu foi um gorgolejar fraco enquanto algo saía de seus olhos e boca... E era captado pelos três olhos do elmo do Juiz.


"Uma missão no Santuário, hm?"

O sorrisinho que se formou no rosto dele era inevitável.

"Mas que... Interessante."



"E pensar que o dia que eu o veria caçando ratos chegou... Radamanthys." Aiacos ironizou, seu cosmo anunciando a presença do Juiz, que pousou suavemente do voo que empregou com as asas de sua surplice.

"A julgar pelo cosmo... Eu estou certo em supor que você foi incapaz de esmagar apenas um que seja." O Espectro de Garuda continuou a provocação. Ainda que irritar e provocar fosse o forte e o hábito de Minos, Aiacos gostava de provocar Radamanthys por vezes. As explosões dele valiam a pena demais para ignorar, sobretudo quando ele tentava (e fracassava) em conter a fúria que dava nome à sua Estrela.

Considerações:

A guerra santa estava prestes a começar e com ela a hora em que os cavaleiros de ouro revelariam seu verdadeiro poder após quase duzentos anos.  Manigold nunca foi dos mais populares do santuário, detentor de uma personalidade um tanto quanto única, o santo de Câncer em muito se diferenciava de seu mestre, o antigo cavaleiro de ouro e hoje Grande Mestre do santuário Sage.


“ Hm... Isso são cosmos violentos se amontoando nos arredores de Rodorio... que estranho. ”  -Um leve sorriso brotou em sua face após pressentir que um embate colossal estava prestes a começar próximo ao santuário de Athena, todavia o italiano notou também que eram três cosmos, um deles claramente pertencia a um cavaleiro de Athena e ao deduzir isso não perdeu tempo em se dirigir até o local, não podia deixar que outro santo tomasse seu lugar naquela batalha.

Trajando a sagrada armadura de Câncer, Manigold se aproximava em alta velocidade saltando pelas rochas e emanando o poderoso cosmo que detinha afim de evidenciar aos envolvidos que “O executor” estava a caminho.


- Eu não posso acreditar no que meus olhos veem... – Gritou em alto e bom som de cima de uma rocha a alguns metros dos três envolvidos.

- Por acaso esse tal Hades é tão estúpido a ponto de enviar dois juízes do inferno para morte de uma só vez? O submundo é realmente bem bagunçado... – O sorriso sádico evidenciava a ironia em seu tom de voz.

Com um salto o dourado repousou a alguns passos ao lado de Kardia, ficando de frente para os espectros.


- HAHAHAHAHAHAHAHA Brincadeirinha. – Gargalhou antes de baixar subitamente o tom da sua voz:  

- Até porque, somos dois cavaleiros de ouro longe das doze casas, o que indica a mesma bagunça no santuário, não é mesmo Kardia? – Fitou com o canto dos olhos o cavaleiro de escorpião, o sorriso constante parecia parte do rosto do guardião da quarta casa, seu cosmo se elevava igualando em poder e imponência aos demais presentes, era realmente um choque de gigantes.