Quando ele parava para pensar, as fronteiras entre a vida e a morte eram extremamente tênues. Ali, na Soul Society, ele estava morto... e ao mesmo tempo vivo. De fato, isso sim era um oxímoro, mas Byakuya se permitia ignorar tal "detalhe".
Ele gostava de ir ao túmulo de Hisana.
Era o único lugar da Soul Society onde ele se sentia... livre. Onde não era o 35º líder da Família Kuchiki ou o capitão do 6º Esquadrão. O único lugar onde ele era...
...Byakuya. Isso também o lembrava de sua "irmã", Rukia, a quem ele jurara proteger e cuidar no leito de morte da esposa. Seu juramento foi o que o motivou a e reunir com os taichous e pedir-lhes que não dessem promoções a Rukia, já que, quanto maior o escalão do Shinigami, maior é o perigo enfrentado em suas missões. Ele já vira o valor de Rukia em batalha e se perguntava se ela não podia começar a andar com as próprias pernas...
Do nada, uma mísera alteração no reishi chama a sua atenção. Era uma Jigokuchou, do Comandante Yamamoto. Uma missão, no mundo dos humanos.
Byakuya suspirou. Pôs Senbonzakura em seu local de costume (ele sempre se sentia mais seguro com a zanpakutou junto a si) e se preparou para atravessar o Senkaimon.
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Aparentemente, a missão do Taichou era num lugar chamado Londres e devia ser sobre uma atividade anormal das almas. Fora enviado já que não se sabia se podia ser coisa dos Arrancars do Aizen e, na melhor das hipóteses, ele poderia cuidar desse tipo de situação.
Não levara gigai. Achara mais adequado não. Assim, não precisaria perder tempo caso precisasse lutar. O tempo que gastaria para sair de seu gigai poderia serde grande utilidade ara seu inimigo armar uma emboscada. Um homem prevenido vale por dois.
Ele andava por um lugar extremamente sujo e desorganizado.
"Provavelmente aquele efeminado do 11º Esquadrão tivesse um ataque ao ver isto", pensa, com um sorrisinho mínimo, imperceptível. Mas logo se recompõe. Pois vê algo que lhe chama a atenção.
Era um homem.
Devia ter uns vinte e tantos anos, ou uns trinta e poucos. Levava um objeto grande nas costas e vestia um jaleco vermelho, com botas e detalhes pretos. Possuía cabelos pretos e olhos um tanto quanto estranhos.
Olhos que o fizeram lembrar os olhos de Zaraki Kenpachi.
Byakuya se repreende mentalmente. Ele era um humano. Não havia nada de especial nele. Provavelmente ele estava sendo cauteloso demais. Mas ele se lembrou de uma de suas primeiras lições na Shin-Ou Reijutsuin: "Confie em seu instinto numa batalha. Às vezes, ele é melhor para se vencer do que uma espada."
E o instinto de Byakuya lhe dizia para ser cauteloso.
... Afinal, nunca se sabe quando se encontra um Kenpachi de plantão, não é?